“Rock perdeu característica da inquietação”, acreditam integrantes do Titãs

  • Por Jovem Pan
  • 02/12/2016 14h09
Johnny Drum/ Jovem Pan

Com nova formação, os Titãs já se preparam para lançar um novo trabalho em 2017, um disco inovador na música brasileira: de ópera rock. Em entrevista ao Pânico na Rádio nesta sexta-feira (2), Tony Bellotto, Sérgio Britto, Branco Mello, Mário Fabre e Beto Lee falaram sobre o projeto e analisaram o rock brasileiro atual.

“A música e, principalmente, o rock, perdeu muito aquela característica de inquietação; ficavam falando só de relacionamento e balada”, comentou Tony Bellotto.

Para o músico, a tendência é uma volta às origens do rock por conta da “juventude mais atuante e politicamente mais ativa”. “Estavam acomodados”, falou ao completar que “era mais fácil” sentir a inquietação e falar sobre na época da ditadura.

“Arte não é só entretenimento, mas algo que vem em um momento político de crise. A música dá voz, como foi com ‘Cabeça Dinossauro’”, completou.

Trabalhando no que será o primeiro disco de ópera rock brasileiro, os integrantes do Titãs falaram da necessidade de “trabalhar com a diversidade, se adaptar e renovar” e contaram detalhes do trabalho que será gravado no meio de 2017.

“Estamos pensando [nesse projeto] há 3 anos. É um disco que conta uma história narrada com canções. É interessante e libertador”, falou Britto. “Queríamos contar uma boa história antes de escrever as músicas, então trabalhamos com dois dramaturgos e, das ideias da ópera, estamos compondo as músicas”, contou Branco. Com o futuro disco, a intenção será levar o projeto para ser apresentado em teatros.

Com 34 anos de banda, os músicos falaram sobre as canções clássicas e como driblam para não se cansarem delas. “Mudamos o arranjo e a vibração das pessoas cantando junto no show é tão prazerosa que fica diferente”, comentaram.

Sobre os músicos que passaram pelo Titãs e deixaram o grupo, Belloto, Britto e Mello afirmaram não encarar as saídas com ressentimento. “É absolutamente normal. Depois de 34 anos, tem que fazer sentido, senão, sem problemas”, falaram.

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